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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

GERAÇÃO SAÚDE

Preocupação com a qualidade de vida impulsiona academias


Idosos estão entre os beneficiados. Foto: divulgação
Um Brasil que vive mais. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, apresentados em 2010, aponta que o brasileiro passou a ter uma média de vida de 73,1 anos. Porém é necessário observar as regionalidades, quando se avalia separadamente essa média passa para 74,6 na região sudeste, e quando falamos do Estado do Rio de Janeiro, é de 73,7 anos. Com isso, a preocupação com a saúde vem se tornando um hábito chamado atividade física. Para se ter uma ideia, a Associação Brasileira de Academias – ACAD aponta que o setor atenda atualmente 1,7% da população, número que representa um público de 2,8 milhões de pessoas, e que tende a aumentar ainda mais. Isso convertido em receita atinge cerca de R$ 1,5 bilhões, só com arrecadação de matricula e mensalidades.

Essa não é uma realidade somente das capitais. Cidades como Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro, também lucra com o setor. As academias de ginásticas deixaram de atrair somente os “malhadores”, e ganhou um público novo, algumas exibem campanhas com atrativos e enfoque em toda família. Investem em programas diferenciados, buscam parceria para padronizar exercícios praticados no eixo Rio, São Paulo, Belo Horizonte e até no exterior, e oferecem ao seus clientes um leque de opções que envolvem artes marciais, modalidades aquáticas, musculação, fitness, programas de preparação física moderna, triathlon indoor, pilates, tênis, futsal, squash, entre outras tantas atividades como body balance, body combat, body pump, localizada e muito mais.

Bruno Tapajós. Foto Arquivo
As mudanças no perfil dos frequentadores de academia, são percebidas diariamente. Cada vez mais é possível ver um público mais jovem ou mais velho do que um dia foi habitual invadindo os espaços dedicados a atividade física, outras vezes esse público está há tempos buscando apenas o perfil do corpo perfeito, e descobre que a malhação não é objeto único de estética. O web design Bruno Tapajós, frequentador de academia há 14 anos, chega aos 31 anos de idade, como personagem perfeito da mudança de quem começou a malhar por estética e hoje visa a saúde.

Comei porque queria ter um corpão, ir à praia com tudo em cima. Hoje vejo que isso é uma consequência. Eu não tenho o estilo do público de academia, mas gosto da academia. Malho pela minha saúde física e mental, e claro para retardar o envelhecimento. Quero envelhecer com saúde, envelhecer bem, e exercício físico hoje é uma obrigação, não é mais hobby. Percebi isso com o tempo e ai passei também a correr. O amadurecimento muda sua linha de raciocínio, pelo menos pra mim, claro que nem todo mundo é assim”, conta lembrando que mesmo quando malhava por estética, não era o tipo que gostava de se exibir.

As que mais faturam no mercado campista

Academias como Nova Estação, Projex, Sandro Moura, Curves, entre outras, todas com endereço na cidade, sejam franqueadas, de alguma rede ou iniciativa local, vem lucrando com quem busca mais que um corpo perfeito. A Nova Estação, por exemplo, com uma área total construída de 17 mil m², quando surgiu há 12 anos, era a maior da América Latina, e hoje ainda se mantém entre as maiores do país, investimento ousado para a época, e hoje representa bem as exigências de um mercado globalizado.

Com mais de dois mil alunos, a academia busca agregar valores, criou um programa de qualidade em prestação de serviços aliado a investimentos compatíveis com o mercado, além de equipamentos modernos. Entre os diferenciais da academia está a junção de musculação, ginástica e bike em uma única aula, novidade oferecida nos principais circuitos nacionais e internacionais, além dos investimentos em equipamentos novos e modernos, equiparados aos de padrões internacionais, e ainda a qualificação profissional a cada dois meses, sempre buscando as novidades mundiais para oferecer aos clientes.

Considerada um centro de qualidade de vida, a academia reflete bem as mudanças provocadas pelo aumento da expectativa de vida e também do crescimento acelerado, que cada dia mais, atrai empresas de todos os seguimentos para a região e principalmente pessoas, que querem aliar exercício físico e saúde. “A academia foi projetada para esse crescimento. Todo o projeto foi elaborado para uma demanda muito maior que a que atendemos hoje. O que nos preocupa com essa demanda é manter a academia preparada para oferecer a mesma qualidade de serviço. Nosso projeto foi feito dentro de padrões internacionais, para atender inclusive competições internacionais de diversos seguimentos”, explica a administradora, Marcele Alves, responsável por gerir a casa há cinco anos, em parceria com os quase 80 colaboradores das mais diversas áreas, que fazem da academia uma verdadeira fabrica de saúde e beleza estética.

Lucro paras as gigantes e as pequenas
Foto: divulgação
O setor tem crescido tanto que existem academias segmentadas. Um bom exemplo é a Curves, conceituada como a primeira e maior dedicada exclusivamente ao público feminino em todo mundo. Espalhada por mais de 70 países, só no Brasil são mais de 200 unidades, e uma delas está em Campos. O diferencial da rede é o conceito de um circuito de atividade física com duração de 30 minutos. Nesse tempo as alunas serão proporcionadas a atividades cardiovascular (aeróbica) juntamente com treino de sobrecarga muscular (musculação).

As academias de bairro, normalmente com estrutura menor, também não param de aparecer. A cidade ainda conta com cinco academias públicas, mantida pelo governo municipal. Onde a população que não pode pagar, além de ter profissionais qualificados, encontra todos os equipamentos para a prática do esporte.

Quanto ao número de academias espalhado pelo Brasil, é difícil mensura. A ACAD, conta com cerca de 4.800 associados, mas estima-se que exista pelo menos o dobro. O seguimento deixou de ser um negócio que podia ser aberto com a ajuda dos pais, ou pelo simples fato de ser um profissional de educação física, e atrai grandes empresários, fundos de investimentos e, agora, redes multinacionais que estão fincando de vez o pé no atraente mercado brasileiro. Com isso o mercado ganha super academias que tem investimentos entre 5 e 8 milhões de reais. Na capital do estado, a Estação do Corpo, do empresário Ricardo Amaral, investiu 9 milhões de reais nas obras da primeira filial.

Foto: divulgação
As academias se tornaram espaços para atender pessoas de diversas idades e faixa de renda, motivadas por inúmeros fatores, como melhorar a condição física, combater o stress ou mesmo prevenir doenças (principalmente na terceira idade). Na cidade elas são frequentadas por quem tem de quatro meses de idade em diante.

Ação federal
As academias se tornaram tão vital para garantir mais saúde e qualidade de vida à população que até o Ministério da Saúde entrou no páreo, e vai implementar 4 mil polos do Programa Academias da Saúde até 2014, em todo o país. A proposta é modificar o quadro de sedentarismo e sobrepeso do Brasileiro. O anúncio contendo as portarias que permitem a adesão e destino de recursos aos municípios interessados foi publicado no último dia 27 de junho. Toda a ação será atrelada à promoção da saúde, desenvolvida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que vai ganhar espaços específicos para o desenvolvimento de práticas corporais, atividades físicas, lazer e cultural.

O projeto toma como base as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que orienta a prática de 30 minutos de atividade física, em cinco ou mais dias por semana, e ganhou força devido ao resultado a última pesquisa feita via telefone pelo Ministério, apontou que 16,4% dos brasileiros adultos são fisicamente inativos.

Em 2010, quase metade da população adulta (48,1%) estava acima do peso e 15% são obesos. O programa tem como referenciais iniciativas bem sucedidas realizadas em cidades como Recife (PE), Aracaju (SE) e Belo Horizonte (MG), e vai contar com orientações sobre atividades físicas, de segurança e de educação alimentar e nutricional, além de praticas ginástica, capoeira, dança, jogos esportivos, yoga, tai chi chuan e atividades artísticas como teatro, música, pintura e artesanato, tudo sob a orientação de profissionais capacitados.

A meta do Ministério da Saúde é implantar 1 mil polos por ano até o final de 2014. O Programa faz parte das Políticas Nacionais de Atenção Básica e de Promoção da Saúde e integra o Plano de Ações Estratégicas para o Enfretamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil, que será apresentado em setembro durante a Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA).

publicado em julho/2011 -Revista Desenvolvimento/O Diário

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